quarta-feira, 14 de maio de 2008

A natureza



O lugar onde a beleza natural foi esculpida pela mão de Deus para o homem, mas este insiste em desnaturalizar a fonte de sua própria vida, a natureza.

Sem vida e Sem mundo

O homem desprovido de amor próprio, de amor pelo mundo, de amor pelo próximo e isolado no mundo da arrogância é como uma árvore morta dentro de uma paisagem morbosa.

Bibliotecas Escolares

As ações educativas que objetiva desenvolver, nos alunos, autonomia e flexibilidade, numa aprendizagem constante, “solicita o desenvolvimento de processos educacionais que levem o indivíduo a ‘aprender a aprender’, ‘aprender a fazer’,’aprender a ser’ e ‘aprender a conviver’ num processo de aprendizagem permanente”(Pág. 21). Mas como fazer uma criança “aprender a aprender” em um País onde a educação encontra-se em segundo plano? Como suprir todas as necessidades educacionais dessa criança, que se encontra desnorteada diante de um ensino tão melancólico? A respostas para essas perguntas encontram-se nos fazeres da Biblioteca Escolar; encontra-se em novos métodos eficazes de educar, esses trazendo vastidão ao ensino/aprendizagem e nas relações dos alunos com professores, diretores, bibliotecários e o resto do corpo humano, que dar forma e estrutura social a escola.
O desenvolvimento da criança no “aprender a aprender” vai criar raiz nessas relações assimétricas e, essas relações, que podem ser pelos instrumentos físicos ou psicológicos, vão determinar e proporcionar o desenvolvimento da criança nos processos interpessoais e, depois, nos processos intrapessoais. Onde e como a biblioteca escolar atuará para agir de forma a desenvolver o processo de “aprender a aprender?” A biblioteca escolar pode e deve está presente como sujeito ativo, em tudo que diz respeito à educação e agir como mediadora na passagem dos processos interpessoais para os processos intramentais da criança, onde esta, “torna-se capaz de saber pensar, de avaliar processo, de criticar e criar”.
No segundo processo é focado o “aprender a fazer”. Mas o que isso significa? A criança tem que “aprender a fazer” o quê? Será que é tudo que os professores, os pais, a sociedade mandam? No meu ponto de vista crítico a frase teria maior poder subjetivo se fosse aprender a se fazer e não “aprender a fazer”, porque quando a criança vai a escola e freqüenta uma biblioteca escolar, ela não vai “aprender a fazer”, mas aprender a se fazer como um ser social, um ser crítico, um ser criativo, um ser capaz de transformar e se transformar, um ser capaz de saber quais são os seus plenos direitos e deveres perante a sociedade em que vive, por fim, um ser capacitado para aprender ao longo de sua vida e tomado de autonomia e flexibilidade; qualidades que fazem a diferença onde quer que se encontre tal indivíduo, tão impar e tão complexo.
O “aprender a ser” e o “aprender a conviver” são necessidades fundamentais a formar indivíduos autônomos para com a aprendizagem e habilidosos para com a informação e, ao mesmo tempo, eficazes para o uso desta. Mas quem toma parte de uma questão que já atravessou séculos e séculos e neguem fez nada? Quem atuará como moldes desse indivíduo tão cheio de conhecimento e tão habilidoso? Segundo o Governo Federal, Estadual e Municipal são as escolas e, junto dessas, as bibliotecas escolares. Mas o que vem ser uma biblioteca escolar? A biblioteca escolar é uma instituição que trabalha junta a uma escola no desenvolvimento e aprendizagem das crianças, de modo a mediar o nível de desenvolvimento real e o nível desenvolvimento potencial da mesma. Eu diria que a biblioteca escolar é um rio e o vale por onde esse rio corre é a dificuldade enfrentada pela educação nos países subdesenvolvidos(Brasil), o volume
de água são os alunos – alguns comprometidos com os estudos, com o saber, com o desenvolvimento e outros não sabendo e nem querendo saber desse caminho estreito e cheio de dificuldades: que é estudar - quando o rio deságua, ou melhor, quando os alunos graduarem-se o mundo se abre para aqueles que percorreram todo o caminho se preparando e agregando o gosto pelos estudos, pela leitura, pelo saber, pelo conhecimento, enfim, habilitado para “articular informação” que “envolve o conhecimento de fontes, o pensamento crítico, a formulação de questões, a avaliação, a organização e a utilização da informação”(Pág.30) em benefícios daqueles que não tiveram oportunidade de se desenvolver intelectualmente. A biblioteca escolar é esse rio que leva a criança por um percurso ampliando a visão da vida, do mundo, do próximo; uma visão crítica e criativa que por toda sua existência (a existência do indivíduo) estará com os braços abertos para o agora, para o hoje e para o amanhã refletindo sobre o agora, o hoje e o amanhã, aberto para as questões sociais, culturais, ambientais, políticas e econômicas da sociedade em que vive.

Formar leitores na escola

O bibliotecário escolar e o acervo da biblioteca escolar junto com professor, diretor, devem agir de forma conjunta e atuarem como mediadores desses estudantes, ou melhor, das crianças nos primeiros contatos com os livros, dando-lhes liberdade e conhecendo cada uma (criança) e sua singularidade, de forma a entender o mundo das mesmas. Mas que mundo é esse? Podemos citar o mundo Psicológico, o mundo físico, o mundo econômico, o mundo religioso, o mundo lógico matemático, o mundo local Municipal, Estadual e Nacional em que essas crianças encontram-se. Se o docente conhecer o estado psicológico em que se encontra a família do aluno, certamente entenderá o aluno e saberá como agir com esse aluno; o mesmo acontece com os outros mundos, porém deve-se levar em conta a particularidade de cada caso; assim, aproximando as crianças à leitura com muita cautela e paciência, pois essas crianças ainda são como uma semente de girassol no ar sendo levadas pelo vento (professores, bibliotecários e corpo docente); a biblioteca escolar é o terreno fértil onde essas sementes vão cair, nascer, crescer e desabrochar em um lindo girassol em todas as manhãs de inverno, em todas as manhãs de verão e serem o germinador de novas sementes (senso crítico e criativo, informação, conhecimento).
Mediar a leitura é uma tarefa simples, mas requer uma delicadeza sensível, um observar apurado e sem censura, ou melhor, “o contato solitário entre a criança e o texto. Enfim, é quilo que faz sentido para sua vida e que lhe é significativo, portanto, nem sempre podemos mensurar essa contribuição, muito menos utilizando estratégicas externas à leitura, tais como desenho, colagem, dobraduras, entre outros” (Pág.77).

O Direito Autoral

O Direito Autoral

O direito autoral é um direito criado por lei que tem como objetivo garantir ao autor uma participação financeira e uma moral em troca da utilização da obra que criou. Isso, quando ele, o dono da obra, não autoriza o uso dessa obra gratuitamente.
Na prática, o que se protege são as obras, as criações artísticas e não os autores. É desta forma que eles, os autores, se tornam beneficiários dessa proteção. Porém essa proteção tem sido devassada na proporção em que surgem novas tecnologias.

O advento dessas tecnologias ampliou e facilitou a divulgação de quase todos os tipos de informação e, por outro lado, abriu caminhos fraudulentos às pessoas que publicam músicas, filmes, anúncios, livros etc, fora dos padrões estabelecidos pela lei dos direitos autorais. As autoridades competentes, que agem com o objetivo de solucionar esses tipos de problemas, fiscalizam, de forma equivocada, pessoas que vivem, ou melhor, sobrevivem desse tipo de comércio ilegal. Exemplo disso são as constantes fiscalizações feitas nos grandes centros urbanos, onde fiscais confiscam Cds, brinquedos, roupas, livros, perfumes etc, das pessoas, que por não terem um emprego formal, submetem-se a esse tipo de trabalho, o comercio ambulante.

Será que esses fiscais estão confiscando a fonte certa? Será que as autoridades estão agindo de forma correta, quando o assunto diz respeito aos direitos autorais? As respostas mais coerentes, levando em consideração os acontecimentos atuais e reais no tocante aos direitos autorais, são um não. As autoridades, como mencionei antes, atacam de forma equivocada as pessoas que movimentam esse comércio, quando o adequado seria fiscalizar a fonte, ou melhor, as grandes empresas (instituições e organizações) que fabricam essas máquinas. Mas como poderia evitar a fabricação de computadores, de softwares avançados, de máquinas de fazer cópias, quando esses objetos movem a economia mundial e pagam milhões e milhões de impostos às próprias autoridades que poderiam fazer alguma coisa para resolver esse impasse? Nesse caso não se pode fazer muita coisa. Os avanços tecnológicos não param e as pessoas acostumaram-se com as facilidades oferecidas por essas tecnologias. No final do túnel há o autor distante de seus direitos, esses que lhe garantiriam direitos econômicos e pessoais, credibilidade e reconhecimentos patrimoniais.

A Internet veio como revolução informacional. Por meio da Internet tornou-se fácil fazer cópia de uma música ou de um CD, de um filme, de um livro, de anúncio e de quaisquer outros materiais que se possam encontrar na Internet. No meio desse fogo cruzado de fazer ou não fazer justiça, julgar ou não julgar os infratores, o que deve ou não deve ser copiado, encontra-se os direitos autorais tristes e cansados de verem seus autores apedrejados pelas novas possibilidades de se poder fazer uso, de forma ilícita, de suas obras artísticas, uso de suas invenções e criatividades.

A lei existe e deve ser cumprido, o que falta no momento é uma análise favorável aos autores, ou seja, o governo deve comprometer-se mais com as questões em pauta e criar novas leis com novos direitos, como, por exemplo, pagar um salário digno aos autores de obras artísticas, não importando se sua obra foi ou não prejudicada pelo comércio ilegal, investir mais na educação e na cultura e, assim, conscientizar as pessoas do que é ou não certo quando tentarem adquirir algum objeto de alguém.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Racionalismo, Empirismo e Realismo

As transformações ocorridas a partir do Renascimento e o início da ciência moderna levaram a um grande questionamento sobre os critérios e métodos para aquisição do "conhecimento verdadeiro". Uma das funções da filosofia moderna passa a ser a de investigar em que medida o saber científico atinge o seu objetivo de gerar esse conhecimento. Há, inicialmente na filosofia, duas vertentes sobre a questão do conhecimento: o racionalismo e o empirismo.

Os racionalistas atribuem
grande valor à matemática como instrumento de compreensão da realidade, por se tratar de um bom exemplo de conhecimento assentado integralmente na razão (daí o nome de racionalismo). A mente humana é, no racionalismo, o único instrumento capaz de chegar à verdade. O filósofo e matemático René Descartes (1596 -1650) é um dos grandes pensadores racionalistas e recomendava: "nunca devemos nos deixar persuadir senão pela evidência da razão." Os racionalistas consideram a experiência sensorial uma fonte de erros e confusões na complexa realidade do mundo.

Contrapondo-se às
teses dos racionalistas, os filósofos empiristas defendem que todas as idéias humanas são provenientes dos sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato), o que significa que têm origem na experiência. A denominação empirismo vem do grego empeiria, que significa experiência. O filósofo John Locke (1632 - 1704) afirmava que "nãonada no intelecto humano que não tenha existido antes na experiência". O empirismo discordava da tese racionalista de que as idéias eram inatas e defendiam que a mente humana é, em seu nascimento, um papel em branco sem qualquer idéia. Para os empiristas, é a experiência que imprime as idéias no intelecto humano.

No século XVIII surge na filosofia a corrente chamada de idealismo, que considera o conhecimento fundado em ambas: razão e experiência. Um dos grandes filósofos idealistas foi Immanuel Kant (1724 - 1804), que propunha que o conhecimento é construído a partir de juízos universais, derivados da razão e da experiência sensível.

A oralidade

A oralidade, a forma de mediação entre os humanos que dispensava a escrita, tinha um caráter essencialmente democrático. Todos tinham sua vez como agentes transformadores. O conhecimento se constituía como um processo de vir a ser, na medida em que não havia forma de perpetuar a palavra falada. Quando nos dispomos a atualizar alguma idéia e usamos palavras para isso, não mais estamos falando sobre a coisa em si. A coisa é, como dizemos, re-produzida, produzida novamente, é re-inventada. Tudo estava centrado na enunciação, no ato presente e, sobretudo , na memória.

Augusto Comte

A Interpretação Comtiana da Crise Social

Augusto Comte, como a maior parte dos teóricos sociais que procuraram interpretar a sociedade moderna, tomou como ponto de partida de suas reflexões a realidade histórica de sua época. Nessa, ele percebia uma situação de crise emergente, resultado do confronto entre duas formas de organização social. Uma que lentamente desaparecia e baseava-se em ordenações feudais de fundo teológico e militar. A outra, nascente, era marcada pelo advento da indústria e da ciência (COMTE, 1983a). A existência concomitante e o conseqüente confronto entre essas duas formas organizativas provocavam a desagregação moral e intelectual da sociedade do século XIX. Tal desagregação era, para Comte, a fonte da qual jorrava a crise que envolvia seu tempo.